tag:blogger.com,1999:blog-25911033191397812482024-03-19T19:14:46.122-03:00O Mistifórioprocedimentos de auto-exorcismoGabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.comBlogger74125tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-82323760745911932002013-06-02T19:59:00.002-03:002013-06-02T20:01:50.061-03:00Onde estou?www.gabisandplay.blogspot.com.brGabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-45824283892284638452010-11-23T01:07:00.002-02:002010-11-23T01:11:54.480-02:00gimme a breakPagaria caro por uma boa dose de amnésia. A história é implacável com a consciência, e a realidade é implacável com a fantasia. Por isto eu a ignoro. A realidade, é claro.Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-74703020421411488952010-09-08T22:49:00.001-03:002016-03-21T05:03:09.758-03:00o fim<div align="center">Que sono triste o sono dos teus olhos</div><div align="center">cerrados ao peso de uma morte não-chorada </div><div align="center">de uma dor subterrânea e coberta de desistência </div><div align="center">Que sono triste o sono dos teus olhos </div><div align="center">de um torpor amargo, indigesto </div><div align="center">alheio à passagem do tempo e sem desejo de horizontes </div><div align="center">Tenho rezado com a fé que não possuo </div><div align="center">para que desperte esse sol da tua aurora </div><div align="center">e as cores da tua alma insone que,</div><div align="center">pouco a pouco, desaprendeu a sonhar </div><div align="center">Nutrir-te com meu amor já não posso: </div><div align="center">ele se torna fel em teu peito refratário! </div><div align="center">Que inexplicável repulsa criaste ao meu brilho, </div><div align="center">que brutal tornado arrancou-nos de nossos corpos tão saciados? </div><div align="center">Que sono triste ao que penso em me entregar </div><div align="center">quando já não me vejo nos teus olhos </div><div align="center">nem mesmo de relance...</div><br />
Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-87133252246843277992010-07-07T20:14:00.006-03:002016-03-21T03:51:39.981-03:00Lista:<ul><li>Adoro as pessoas que sabem observar a beleza das pequenas coisas, o que é completamente diferente de uma benevolência forçada;</li>
<li>Adoro que alguém diga que eu pareço mais magra; </li>
<li>Adoro eleger paixões platônicas e ficar escrevendo para elas, dedicando-lhes fartas horas de devaneio e porno-romance; </li>
<li>Adoro o fato de alcançar um estágio tal de auto-aceitação que me possibilita escrever livremente uma lista de coisas que adoro sem me preocupar que isto resulte literariamente medíocre e tedioso; </li>
<li>Adoro rir da minha própria estupidez; </li>
<li>Adoro surpreender as pessoas que adoram pensar que, com meia dúzia de referências a meu respeito podem prever minhas ações; </li>
<li>Adoro o fato de nunca ter tido tribo e me sentir pertencente a todas elas; </li>
<li>Adoro pensar que alguém vai ler meu blog e achar bacana; </li>
<li>Adoro ouvir uma amiga me dizer que as minhas palavras são um colinho para a alma; </li>
<li>Adoro a sensação de desconcertar um bonitinho que não sabe como lidar com uma mulher que não babe o ovo dele; </li>
<li>Adoro a luz do sol atravessando os furinhos da veneziana e projetando bolinhas na parede escura; </li>
<li>Adoro saber que as ondas sonoras de uma música que adoro se relacionam fisicamente comigo; </li>
<li>Adoro não ter mais medo de ser agressiva; </li>
<li>Adoro sentir medo vendo filmes de terror; </li>
<li>Adoro ficar sob a água por longas horas; </li>
<li>Adoro o surrealismo das situações da minha vida, apesar de ela ser bastante comum; </li>
<li>Adoro me entender com pessoas muito diferentes e me sentir socialmente eclética; </li>
<li>Adoro saber que as melhores coisas da vida acontecem totalmente idependentes do nosso controle; </li>
<li>Adoro rir de uma piada infame que ninguém entenda;</li>
<li>Adoro quando alguém entende uma piada infame e ri comigo; </li>
<li>Adoro o inusitado; </li>
<li>Adoro pessoas desinteressadamente gentis; </li>
<li>Adoro quando alguém chora ao meu lado e me considera digna de compartilhar da sua fragilidade; </li>
<li>Adoro pessoas; </li>
<li>Adoro idiossincrasias; </li>
<li>Adoro admirar o brilho nos olhos de alguém exercendo a sua criatividade; </li>
<li>Adoro as sardinhas dos meus ombros; </li>
<li>Adoro me permitir falar muita bobagem sem medo do julgamento alheio; </li>
<li>Adoro o som de saltos no paralelepípedo de uma rua tranqüila ao nascer do dia; </li>
<li>Adoro ficar olhando o mar e imaginando o que haverá lá no fundo; </li>
<li>Adoro quando a verdade vem à tona; </li>
<li>Adoro pensar que existem muitas, muitas verdades; </li>
<li>Adoro problematizar; </li>
<li>Adoro o calor do meu gatinho ronronando no meu ombro; </li>
<li>Adoro pensar que adoro tantas coisas para colocar numa lista... </li>
<li>Estou me sentindo feliz. Talvez outro dia eu escreva uma lista das coisas que odeio.</li>
</ul>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-42799227503206939972010-03-03T17:14:00.007-03:002016-03-21T05:07:25.665-03:00o menino sulfuroso<div style="text-align: center; font-weight: bold;"><blockquote><ul><li>Conheçam o menino sulfuroso</li>
<li>que vem abrindo vales com os calcanhares</li>
<li>que refazem cem vezes o mesmo caminho</li>
<li>para diferentes lugares</li>
<li>Seu espírito a se derramar</li>
<li>corrosivo sobre as criaturas</li>
<li>que insistem em existir</li>
<li>decompondo-as em mínimas partes</li>
<li>destituindo-as de importância</li>
<li>reduzindo-as a ruínas</li>
<li>corrompendo-lhes a lógica</li>
<li>e dissolvendo-lhes o verniz da aparência</li>
<li>O menino sulfuroso, quando destrói, se ilumina</li>
<li>de desespero</li>
<li>e de gozo</li>
<li>Escoa a dor que, calada, lhe consome os nervos</li>
<li>e espirra no mundo a fúria que lhe estrangula</li>
<li>o deslocado coração maior que o peito</li>
<li>Anda com pressa de não chegar ao fim</li>
<li>com passos largos de desdém pela estrada</li>
<li>com dentes de arrancar raízes e uma âncora na cabeça</li>
<li>O menino sulfuroso anda só</li>
<li>com uma incurável saudade de si mesmo</li>
<li>com sal nos olhos e punhos em guarda</li>
<li>retesando os músculos que lhe sustentam os sonhos</li>
<li>e despistando a lava que lhe inflama a alma</li>
<li>É sabido, todavia, que no escuro mais silencioso dos olhos</li>
<li>ele cria céus de aurora boreal e violetas</li>
<li>monta notas musicais</li>
<li>e ainda cavalga esperanças de aço.</li>
</ul></blockquote></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-59257586549391418632010-03-03T16:28:00.009-03:002016-03-21T04:07:55.350-03:00<ul><li>-<span style="font-weight: bold;">Deixa eu ver essas unhas, dá aqui!</span></li>
<li style="font-weight: bold;"> -Não...</li>
<li style="font-weight: bold;"> -Anda, criança! Deixa de ser idiota!... Hum... Mas que imundície... Hahahahah! Tem um porquinho aqui!... Me faz o favor, tá? Não vai querer parecer uma sujeira ambulante. Preciso falar de novo?</li>
<li style="font-weight: bold;"> -Não.</li>
<li style="font-weight: bold;"> A lágrima pesada, rola insolente pelo rosto duro e diminuto. A mão suja esfrega e seca. A passos decididos, anda na direção do lavabo, esmigalhando os tocos de giz de cera e o desenho no chão. Um pé arrasta parte da folha, rasgando a montanha. O sol, amarrotado, por de trás, sorri torto para a árvore solitária, azul piscina.</li>
</ul>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-49548015682789878812010-02-19T16:39:00.003-02:002010-02-19T16:56:44.050-02:00COME WANDER WITH MEUma das coisas mais assustadoras de se ir até lá é o risco que sempre corremos - ainda mais nós, que temos esta forte inclinação - de não saber voltar.Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-57260468812230202822009-11-17T02:08:00.002-02:002009-11-17T02:10:40.663-02:00SabineEstou com medo, Sabine. Eu sei, eu sei que você já disse que eu sou a última pessoa no mundo que preciso sentir medo. Que, na verdade, eu sou a única que não preciso. Sei o quanto tenho sorte por ter você comigo e do trato que fizemos em sonho, antes do nosso primeiro encontro, em que você prometeu me proteger de todos os perigos do mundo se eu a deixasse viver na minha cabeça. Eu também acho que juntas somos imbatíveis, E você tinha que ser minha, eu já sabia. Naquela tarde, no parque de Steglitz, quando mamãe me deixou sozinha por um instante enquanto pegava a cesta de piquenique, eu vi você no colo daquela garotinha. Você é com certeza a tradução da beleza perfeita: seu rosto alvíssimo, seus lábios de coração, seu vestido de seda púrpura e o chapéu com laço todo em renda... Seus olhos são tão lindos, tão diferentes das outras bonecas, porque se pode ver como enxergam de verdade, observam mesmo, tudo ao redor. E os cabelos! Cachos com o brilho e a cor do fogo...
Você tinha que ser minha, Sabine. Até o seu nome eu já sabia, e pude confirmar quando vi a pequena marca em forma de S, assim, como uma cobrinha na sua bochecha esquerda. Parecia uma cicatriz, o que no começo me pareceu muito estranho, porque eu não pensava que bonecas podiam se machucar de verdade. Eu identifiquei o S no seu rosto, sabe, porque eu já sei ler quase todas as letras. Ao contrário daquela garotinha tola de Steglitz, que ficou chorando como um bebê quando deu falta de você. Aposto que ela não agüenta ficar sozinha e vive pedindo colo. Ela não merecia você, por certo que não.
Você tem cumprido direitinho sua promessa. Dormimos juntas há várias noites, e desde então eu nunca, nunca mais vi aquele fantasma. E além de me livrar dele, você ainda cuida de mim em meus sonhos, e resolve tudo pra mim. Posso dizer que fiquei contente quando você soprou aquela flor na minha garganta, e quando eu acordei e tive febre, mamãe resolveu ficar em casa comigo. Eu estava achando mesmo que ela tem passado muito pouco tempo em casa, e isto não é nada bom. Também naquela noite em que você e eu comemos todo o bolo de aniversário do Oliver, e lambemos a cobertura, sem precisar cortar as fatias e nem usar guardanapo, eu pensei que podia ficar morando com você para sempre, na minha cabeça. Não queria voltar e ter que brincar com Oliver, e dar os parabéns a ele pelo aniversário, e mostrar à mamãe e ao tio Theodor que sou bem educada. A realidade é que eu estava tão furiosa por ele ter estragado todo o meu canteiro de flores mágicas com aquele trem estúpido, que não fiquei nem um pouquinho preocupada quando você soprou o feitiço nas costas dele. Mas depois, Sabine, quando eu acordei, Oliver tinha quebrado o pé tentando descer do beliche. Parece que foi feio mesmo, porque o osso dele ficou aparecendo e saía muito sangue, e agora ele está tendo febre e enjôos por causa da infecção. O doutor não sabe se vai precisar cortar o pé de Oliver para o machucado não comer o resto da perna dele.É por isso, Sabine, que eu queria lhe pedir: me faça acordar logo, porque eu estou com medo que aconteça alguma coisa ruim. Você disse que sempre que eu quisesse acordar, bastava eu chamar você. Quando eu fico acordada, você fica dormindo, e não pode se mexer e nem falar. Sei que você não gosta disso e prefere estar na minha cabeça, onde fazemos tudo juntas, mas agora já faz um tempo que estou sonhando e acho que podem estar sentindo a minha falta. Será que você poderia, por favor, me deixar voltar? ...Sabine?Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-13325815572635274602008-11-05T20:07:00.012-02:002010-12-11T23:51:57.014-02:00te amo.<strong><em>"</em>Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pelo, </strong><strong>e pelas ruas vou sem nutrir-me, calada, não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra, busco o som líquido de teus pés no dia. Estou faminta de teu riso resvalado, de tuas mãos cor de furioso celeiro, tenho fome da pálida pedra de tuas unhas, quero comer tua pele como uma intacta amêndoa. Quero comer o raio queimado de tua beleza, o nariz soberano do arrogante rosto, quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas e faminta venho e vou olfateando o crepúsculo buscando-te, buscando teu coração ardente como um puma na solidão de Quitratúe<em>"</em>. </strong><div><div><div><strong>
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<div><em>(Neruda)</em></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-78629315042539607152008-09-17T18:26:00.002-03:002008-09-17T18:29:59.476-03:00perfeito<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9o50DVOHyTgvpx8ig_4Nnr7YrK7gEpD-sQqbmfX5BUIKs40o3tJtClFvlVMdacccgr5ihzHKimFE8cdpILur1WUn9qLD0OKQG102ag5MiT1JC824Zej4aDmm7SsUXiutLtemBgLX2xRE0/s1600-h/fantasyworld.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5247105657223876962" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9o50DVOHyTgvpx8ig_4Nnr7YrK7gEpD-sQqbmfX5BUIKs40o3tJtClFvlVMdacccgr5ihzHKimFE8cdpILur1WUn9qLD0OKQG102ag5MiT1JC824Zej4aDmm7SsUXiutLtemBgLX2xRE0/s400/fantasyworld.JPG" border="0" /></a>
<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVolQrYC4wKoBDzx8LLmPqhUJaVAyfoMBCWIKuS_K56e3tZm9N4uihXDGIUyU64O-z2nkGMmuRB57LScIIj3lRFKHbvvmO5Cxg79JHrbyMeO2nfnwMmbGnWianL9Khnt_d9kFeFDAQmBtM/s1600-h/fantasyworld.JPG"></a>
<div></div></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-19802646768396308572008-09-17T01:23:00.000-03:002008-09-17T01:26:28.690-03:00guerraQue vontade tentadora de ser egoísta.Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-23693192250855942142008-09-08T01:49:00.002-03:002008-09-08T01:51:47.431-03:00lindo<div align="left">"<em>As vezes cores diferentes se encontram, e descobrem que são a luz refratada de um mesmo prisma</em>."
(Rafa Giordano)</div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-2829927756725504122008-08-30T15:36:00.004-03:002008-08-30T15:41:13.818-03:00fala de Marcela<strong><em>Não fica aí parado, me olhando com essa cara, como quem diz que sabe quem eu sou. Você não me conhece... Você conhece, no máximo, esse reflexo amarrotado de si mesmo, isso de que você quer se livrar, o seu lixo que você amontoa em torno de mim e batiza com o meu nome, assim, como se eu fosse mesmo uma criação sua. Vai ver você pensa mesmo que é Deus, ou pior, minha mãe!</em></strong>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-87394606190515017632008-08-26T00:42:00.001-03:002008-08-26T01:10:20.456-03:00o diabo na rua no meio do redemoinho<strong>Uma pessoa está completamente louca ou completamente curada quando consegue dizer exatamente o que se passa na sua cabeça.</strong>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-41387700855651194442008-08-20T22:56:00.005-03:002008-08-20T23:53:38.452-03:00Diário de uma Adolescente<div align="left"><em>O processo vai regredindo</em> </div><div align="left">
<em>lentamente</em> </div><div align="left">
<em>e a transição é estranha</em> </div><div align="left">
<em>sem a beleza exótica de antes</em> </div><div align="left">
<em>sem maiores sonhos</em> </div><div align="left">
<em>reservados para a porta de entrada</em> </div><div align="left">
<em>por onde saio</em> </div><div align="left">
<em>A suavidade se sobrepõe à força</em> </div><div align="left">
<em>vou baixando a guarda</em></div><div align="left">
<em>lentamente</em></div><div align="left">
<em>sem um motivo sólido o suficiente</em> </div><div align="left">
<em>só que o amor- aquele amor</em> </div><div align="left">
<em>que deu um novo sentido a essa palavra</em> </div><div align="left">
<em>ele se transforma</em> </div><div align="left">
<em>a cada dia num bicho diferente</em> </div><div align="left">
<em>de leão para gatinho indefeso</em> </div><div align="left">
<em>vai sendo domesticado</em> </div><div align="left">
<em>adormecido</em> </div><div align="left">
<em>machucado</em> </div><div align="left">
<em>extingüido...</em></div><div align="left"><em></em> </div><div align="left"><em></em> </div><div align="left"><em></em> </div><div align="right">(escrito em 18 de março de 1997)</div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-24080461394530046432008-08-06T18:16:00.001-03:002009-11-17T01:27:04.557-02:00inútil<strong><em>Tente afogar as mágoas e elas aprendem a nadar.</em></strong>
(quem escreveu isto mesmo? Thank's Shê)Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-26702411423838317792008-08-02T02:59:00.003-03:002008-08-02T03:05:25.037-03:00desenho bacaninha<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229796401084084018" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 311px; CURSOR: hand; HEIGHT: 418px; TEXT-ALIGN: center" height="320" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuSd0cOWKVNR9XFnn8nvcavs9tS1VZgegOViyxMutxARWt81_VI_Q7UZ9Ws1AmtqcyOh1XVJJcboahQzbcXx7LxkRgv7xErdLgXGQe2M6ZGGpEMm0XiPciyRtsl6zNawCB_c61HURJHh3n/s320/Digitalizar.jpg" width="270" border="0" />
<em>Matando aula na oitava série. Uma das poucas vezes em que usei cores num desenho. Essa coisa de cores é complicada.</em>
<div></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-8665213119028452862008-08-01T17:48:00.002-03:002009-11-17T01:28:51.604-02:00o amor é para os poetas"Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito e abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como "talvez devêssemos ser apenas amigos" se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor que entra em você e o destroça por dentro. Nada deveria ser assim, principalmente o amor.Odeio o amor" (Neil Gaiman)
<div align="center"><strong> Uma descrição primorosa!</strong></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-37372167493731092262008-07-20T01:32:00.000-03:002018-10-20T23:39:12.005-03:00DOR<strong>não há analgésico possível para a dor física de um coração partido.</strong>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-54608673267491836272008-07-03T16:57:00.002-03:002008-07-03T17:02:43.949-03:00não interferir<strong>"Filhos não são livros para colorir. Você não pode simplesmente preenchê-lo com suas cores favoritas."</strong>
<div align="center">(Rahim Kham, personagem do romance "O<em> Caçador de Pipas</em>", de Khaled Hosseini)</div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-88703905865847846322008-07-03T16:29:00.003-03:002008-07-03T17:03:03.929-03:00interferir<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8VTz9j_CldC8LEMkVprY-U1j3UCP9v7ZpUG_KD8Vikbu1_9uvg8ON1ibkfAjCvE2sHUrS2yJlJ1f6h8thXxgDftyrDF2Wl-LWdRz4fD8X9u7bEYqF4L5q1uocq7B6beeqzRtw84vOhVmV/s1600-h/folha+em+branco.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5218873377127374802" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8VTz9j_CldC8LEMkVprY-U1j3UCP9v7ZpUG_KD8Vikbu1_9uvg8ON1ibkfAjCvE2sHUrS2yJlJ1f6h8thXxgDftyrDF2Wl-LWdRz4fD8X9u7bEYqF4L5q1uocq7B6beeqzRtw84vOhVmV/s320/folha+em+branco.jpg" border="0" /></a>
<div align="center"><strong>Pura e imaculada,
provocativa, desafiadora,
toda a folha em branco possui cinco limites:
suas quatro margens e a criatividade do artista.</strong></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-67121961301833899072008-06-17T22:46:00.008-03:002015-07-08T02:39:24.228-03:00Maitê<div align="justify"><strong>Já era noite escura quando Arthur voltava do trabalho cochilando com o sacolejo do ônibus. Um grupo de senhoras rindo e falando muito alto, carregadas de sacolas, arrancaram-no do seu torpor, preenchendo todo o ambiente com aquele alvoroço histérico. Arthur bocejou, olhou para a janela tentando se localizar no trajeto. Ainda estava longe da sua parada. </strong></div><strong> </strong> <div align="justify"><strong>Foi então que ele a avistou, sentada, um pouco mais à frente, ao lado de uma das senhoras tagarelas: Maitê. Há dez anos atrás, Arthur a conhecera. Era a menina mais bonita do colégio. Do mundo, naquela época. </strong></div><strong> <div align="justify">Maitê tinha olhos enormes e expressivos, que harmonizavam perfeitamente com seus traços angelicais. Seus longos cabelos de seda encaracolados exalavam o frescor dos dias mais afáveis de primavera, e quando pronunciava qualquer palavra, o hálito de bala de framboesa e sua voz meiga de sereia arrancava suspiros de todos os meninos da sexta série. Arthur era secretamente apaixonado desde a primeira. É claro que, em cinco anos, seu sentimento amadurecera, e o que antes consistia em esperá-la na porta do banheiro para lhe acertar mísseis de papel molhado tornara-se então um misto de incontida excitação e vontade de vomitar quando pensava que poderia chamar a atenção daquele par de olhos castanhos para si. </div><div align="justify">Maitê andava sempre com suas fiéis seguidoras, Raquel e Carolzinha. A primeira, muito magra, era a melhor aluna da classe. Já a segunda, uma ruiva de língua ferina, só poupava as amigas de suas melediscências. Ambas eram cruéis e implacáveis com qualquer menino que se aproximasse. </div><div align="justify">Não bastasse isto, Arthur tinha uma imagem a zelar como o aluno mais popular da sala, recordista dos campeonatos de taco e colecionador de figurinhas pornográfoicas roubadas com astúcia da carteira de seu tio. Não podia de forma alguma se rebaixar ao julgamento de meninas, pois seus amigos o viam muito acima disto. </div><div align="justify">Era verão, as férias estavam muito próximas, e por dois longos meses Arthur ficaria longe dos amigos e o que era pior, mais longe ainda de Maitê. Repassava milhões de vezes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZEX8VhgWDyR1g-IVecv-FMhUM2pkr607nNSCoGx94Aq0-Oou-aQB48JKqewE2BmgRy30VLzamJKxOHoZtbmL6GhTDoj3qpEDI526m7Jrs-zhH-urx2xRah-HbeONGEPnFPzHH2Nxhs-y4/s1600-h/Mait%C3%83%C2%AA.JPG"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5213057373079056258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZEX8VhgWDyR1g-IVecv-FMhUM2pkr607nNSCoGx94Aq0-Oou-aQB48JKqewE2BmgRy30VLzamJKxOHoZtbmL6GhTDoj3qpEDI526m7Jrs-zhH-urx2xRah-HbeONGEPnFPzHH2Nxhs-y4/s320/Mait%C3%AA.JPG" style="cursor: hand; float: right; margin: 0px 0px 10px 10px;" /></a> na sua cabeça um roteiro em que a convidaria para assistí-lo jogar, e então faria tantos pontos que a deixaria deslumbrada. Precisamente neste momento, Maitê descerraria aqueles seus doces lábios rosados e responderia um sonoro "sim" quando ele perguntasse se poderia beijá-la. </div><div align="justify">Na verdade Arthur nunca tinha beijado uma menina. A não ser a sua irmã mais nova, quando tinha três anos. Mas isso não contava oficialmente como beijo. Ele sabia que beijar a linda Maitê seria uma experiência sublime e completamente diferente de qualquer outra. Mas ninguém da sexta série sequer sonhava que o rei Arthur ainda fosse B.V. (boca virgem) e era vitalmente importante para sua honra que continuassem pensando assim. </div><div align="justify">Na penúltima semana de aula, durante uma explicação de Matemática, a idéia surgiu como um estalo: Arthur beijaria Catarina, uma menina tímida e ligeiramente estrábica, que jamais contaria a ninguém caso detectasse a sua inexperiência, até porque, dificilmente ela já teria sido beijada para estabelecer qualquer critério de comparação. Sentiu uma onda de alívio ao pensar nessa solução. Finalmente, perderia o medo de beijar e, sem levantar suspeitas, estaria preparado para mostrar a Maitê toda a sua paixão. No fim dessa aula Arthur voltou para casa esfuziado, correndo, quase sem sentir seus pés tocando o chão, investido de uma força incrível que o fazia se sentir um pouco como Deus. Passou o resto do dia pensando em como abordar Catarina, mas a idéia mais o divertia do que preocupava. Seria a coisa mais fácil do mundo convencê-la. </div><div align="justify">Na manhã seguinte, Arthur chegou atrasado na aula. Logo nesse dia, que queria chamar o mínimo de atenção possível, para pôr em marcha o seu plano. Passou pela fila de carteiras antes de chegar no seu lugar, bem no fundo, ouvindo risadinhas dos colegas e sentindo o olhar repreensivo da professora seguindo-o pela sala. Quando sentou, viu um papel dobrado sobre sua mesa. </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div></strong><strong><em>"Queremo saber se você aceita beijar a Maitê. Responda no fim da aula. Se contar para alguém, vai se ver conosco. Ass. Carolzinha." </em></strong> <br />
<strong></strong><br />
<strong></strong><br />
<div align="justify"><strong>O coração de Arhtur estava no estômago. Sua visão embaçou. Releu o bilhete algumas vezes, para ter certeza de que não estava imaginando coisas. Começou a suar frio. É óbvio, Carolzinha, que não contaria para ninguém. Seu pior pesadelo era que alguém tivesse lido aquele bilhete antes de ele chegar. Alguém que certamente tornaria público aquele convite, que ele em hipótese alguma poderia recusar, mas que fatalmente o transformaria em alvo de piadas e humilhações, quando Maitê espalhasse para todo o colégio que Arhtur não sabia beijar. </strong></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong>Procurou ao redor o olhar curioso ou debochado de uma possível testemunha, mas todos pareciam distraídos com o chocalho da pulseira da professora passando o gabarito da prova no quadro. Estava incólume, por enquanto.</strong></div><div align="justify"></div><strong></strong><br />
<div align="justify"></div><br />
<div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Foram as horas mais angustiantes da sua jovem vida. Sabia que não tinha escapatória, teria que dar uma resposta à Carolzinha. Sabia também que, se recusasse, poderia estar jogando fora a sua chance mais preciosa. Mal podia acreditar que Maitê queria beijá-lo. Ela queria. Isso era de uma magnitude, lhe causava uma felicidade quase insuportável. E justamente por isso não perdoaria a si mesmo se fugisse. Precisava responder que sim. Cogitou a possibilidade de adiar o evento o máximo possível, para ganhar tempo e então se preparar. Quando soou a campainha, todos deixaram a sala, inclusive Maitê, Raquel e Carolzinha. Estariam elas esperando por ele, todas juntas, na entrada do colégio? Teria que falar na frente de Maitê? Ou pior, teria que beijá-la em público? Arthur estava sendo torturado por suas próprias perguntas.</strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Quando estava descendo as escadas, aquela metralhadora ruiva parou na sua frente. Estava sozinha, graças a Deus! Sua expressão até que parecia mais suave, talvez até estivesse um pouco intimidada, e pela primeira vez Arthur a ouviu falar com uma entonação simpática. </strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><em><strong>--Então, o que me diz?</strong></em></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong><em>--Pode ser.</em> -- Arthur escutou o eco de si mesmo repetindo aquela frase, como se viesse de dentro de um sonho.</strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><em><strong>--Ótimo. Amanhã, no recreio, ela vai estar atrás da árvore no pátio.</strong></em></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Carolzinha mal terminou de falar e saiu saltitando, como se ela própria fosse beijar alguém. Não houve chance de negociação. Era no dia seguinte, na hora do recreio. Nenhum minuto depois. Ela estaria lá. Maitê, com seus olhos encantadores e sua boca de framboesa, esperando um beijo seu. Aquela imagem era mais extasiante do que qualquer figurinha da sua coleção. Era simplesmente bom demais para ser verdade. O deixava em pânico, com os pensamentos embaralhados, o coração acelerado, lhe dava um verdadeiro nó nas tripas.</strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Arthur passou a noite vomitando, e na manhã seguinte sua mãe chamou um médico. Não foi detectado nenhum mal, mas por via das dúvidas, acharam melhor antecipar suas férias. As provas já haviam terminado mesmo, e repouso iria lhe fazer bem. Na volta às aulas, Arthur ficou sabendo que Maitê tinha mudado de colégio. </strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Nunca mais, em dez anos, ele a vira de novo. Agora estava em choque. Aquela mulher gorda, com os cabelos alisados e sem viço, os olhos fundos e opacos escondidos no rosto macilento e precocemente marcado, estampado de exaustão e falta de alegria de viver. Aquele porte desleixado, quase grosseiro, não podia ser de Maitê. Não da <em>sua</em> Maitê. </strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Sentiu um desconforto pelas realidades conflitantes que se impunham simultaneamente. <em>Era</em> ela. Ou o que restou daquela figura graciosa e resplandescente guardada por tanto tempo em sua memória.</strong></div><div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Arthur nunca chegou a saber mas, naquela manhã, na hora do recreio, Maitê chorou escondida atrás da árvore do pátio. Naquele verão seu pai a abandonou com a mãe e foi viver em outro país com a amante.</strong></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-5774560025470366612008-06-07T02:45:00.011-03:002008-06-11T01:07:53.462-03:00Meu Querido Diário<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt1O5WORcBIDrSkUO-RfH3zBwDmENyUzsIvg2pJBcvwGhqW-DKqUSBXHQKDjNvqFCfLq461NNALInQ7-0QWx_ni9OEpQ9jGRnDlPtBp3Xusaf6Q5aHNuDUl3ujFh6kznhyzbAkQ719_Ajs/s1600-h/87.JPG"></a>
<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJXIn1aO53i5XgdbHaGHPN-0b04KTW_bpVHc918oi7hQUW4vN5pdKD0ifd4nROeCS2YuG695Y1M9hRM2aor1SI6fG-sEnXDLeF1Cc04I90kXw-kfiKi9_3cVhNsab7EQU2jTRH1j3g4wxu/s1600-h/oitoanos.JPG"></a>
<div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtDFQbYd-gTNz2NLU6Xh7Xd9z3p-0y54pNWm98jKlZRFmcdn2zzhLEo0CZOAacpoqNtmEmJDnahk9hrnCABIFBxgTvr5c3Jz7LNO2QgFOFykY9ybIPv5rh9G64vdlf5ukNOEq6qr7LRDZF/s1600-h/Image1.jpg"></a>
<div>"<strong>04/01/88</strong>
</div>
<div align="justify"><em>Eu era muito estranha. Pensava em coisas muito diferentes, por esemplo, pensava em magias e poderes mágicos. Fingia que acreditava em tudo. Até que cheguei a uma conclusão: </em></div>
<div align="left"><em></em></div>
<div align="justify"><em>Vou ser uma criança comum pois não gostei deste tipo de vida. Eu acho que minha vida precisa ser comum. Desde os seis anos eu vivo assim e agora já tenho sete. Além disso sou uma pessoa muito delicada. Não sei por que qualquer coisa choro. Tenho medo de muitas coisas sem rasão. Sigunda-feira dia 28 de dezembro de 1987 eu fui pra casa do meu pai. Ele se separou da minha mãe e foi morar em uma casa no meio do mato. Depois minha mãe foi conheser o lugar, porque eu moro com ela. Ela ia embora e o meu irmão queria ir embora junto com ela. Eu fiquei muito confusa e aborrecida porque eu não gostava de fazer novas amizades por lá e se ele fosse embora eu ia ficar com vontade de ir. Tentei convenselo mas não concegui e acabei indo e eu me arrependi muito. Mas mamãe disse que vamos tentar voltar lá o mais rápido posível, pois é muito longe Santa Catarina.</em></div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify"><em></em></div>
<div>
<strong>20/04/88</strong>
</div>
<div align="justify"><em>Hoje é o segundo dia que eu já vou e volto para o colégio sozinha porque eu ganhei a chave de casa. Tenho oito anos e meu irmão vai fazer aniversário depois de amanhã. Minha coleção de papel de carta está cheia de pastas mas vou guardar aqui este que o meu padrinho me deu é lá dos Estados Unidos e ele escreveu pra mim. Faz algum tempinho que eu ganhei um hamster angora. Parece um esquilo.</em></div>
<div>
<strong>01/06/88</strong>
</div>
<div align="justify"><em>Eu sou mesmo boba, colar figurinha da Xuxa no meu diário. Acho que fica feio. Mas deixa isso pra lá. Todos estes dias que deixei de escrever foram porque eu perdi a minha chave. Agora acabei de recuperala. Eu tenho quatro chaves: a do Diário, a do cadiado, a do portão e a da casa. Mas é da casa da minha vó. É porque eu volto sozinha para casa, e na minha casa não tem ninguém, por isso eu volto só da escola para a casa da minha vó. Hoje é segunda-feira e na sexta-feira passada teve uma festa junina no meu colégio e eu tinha que ir vestida de prenda, mas como eu não tinha vestido eu não pude ir. Mas minha mãe prometeu que domingo que vem ela vai fazer outra festa.</em></div>
<div>
</div>
<div align="justify"><em></em></div>
<div>
<strong>18/07/88</strong>
</div>
<div align="justify"><em>Hoje eu achei a minha carteira que eu tinha perdido a horas e dentro tinha um dólar e cinquenta crusados. Estou de férias, mas só fui saber quando eu cheguei no meu colégio, porque ele estava vazio, não havia ninguém. Ninguém em lugar nenhum. A sala dos professores, vazia, a cecretaria vazia. As salas de aula sem ninguém. A minha mãe conversou comigo e me disse que todo mundo que chega aos seis anos a gente se sente diferente das outras crianças mas todo mundo é igual. Eu tenho uma pisiquiatra. Mas eu não gosto de falar nada pra ela. Eu não gosto de pisiquiatra, não é que eu não goste dela.</em>"<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5210470319184678930" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkV0HfA4SskBSGUP7fIWoq68fSiANCianpFeDirOQ33MD5STA_dnxGRLU6peZI30qdebNVU_sjxmVoeoXZcfbB5ii7h2ahtgmE_3b6n0VKHThnvIKUlDAsqtc1dgLyyPeUE8AwSSA-wuH3/s400/87.JPG" border="0" /></div></div></div></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-37912060803437781772008-06-03T03:10:00.005-03:002008-06-03T03:53:52.271-03:00empty shell<div align="center"><em>Days like this, I don't know what to do with myself </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>All day -- and all night </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>I wander the halls along the walls and under my breath </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>I say to myselfI need fuel -- to take flight -- </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>And there's too much going on </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>But it's calm under the waves, in the blue of my oblivion </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>Under the waves in the blue of my oblivion </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>Is that why they call me a sullen girl </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>They don't know I used to sail the deep and tranquil sea </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>But they washed my shore and they took my perl </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>And left and empty shell of me </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>And there's too much going on </em></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em>But it's clam under the waves, in the blue of my oblivion</em></div>
<div align="center"></div>
<div align="center"><em></em></div>
<div align="center"><em></em></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5207543759892617026" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQDrD-_zGaS-P8EfXzqU1aSzl-IvwwTATERul8Yn4VlDLU41chgNrfTxAw3bGUrra2lqQnrGriYArvb3xd8WPu9tNAkHDqDOTF7qMlBbfN_pfmoR5a7DTjj0T0sP-KEK52-CM2cigwnm3J/s320/crying+statue.JPG" border="0" />
<div align="left">(Fiona Apple)</div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2591103319139781248.post-51826405728854054102008-05-23T20:01:00.004-03:002008-05-23T20:05:23.017-03:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3GEw2J4VGShyphenhyphenTWiq8xYz_yikOkt7IqdE4hIuh0V_F9F-RqESu6VbjQU8xEmd4Ll-5Op6t-KlDkp-OHxTwAdApYS8RQJLLYyhcVOJVXXRA9akU9SMgZk_93wwjvz9R9kxJlIdALWo7oNYD/s1600-h/presa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5203712971187132114" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 170px; CURSOR: hand; HEIGHT: 178px" height="357" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3GEw2J4VGShyphenhyphenTWiq8xYz_yikOkt7IqdE4hIuh0V_F9F-RqESu6VbjQU8xEmd4Ll-5Op6t-KlDkp-OHxTwAdApYS8RQJLLYyhcVOJVXXRA9akU9SMgZk_93wwjvz9R9kxJlIdALWo7oNYD/s400/presa.jpg" width="210" border="0" /></a>
<div align="center"><strong>Quero te enxergar, mas as vezes só vejo a mim mesma. Quero realizar coisas, mas minha confusão me paralisa. Há um muro de névoa espessa ao meu redor, ele esteve aqui desde sempre. Não foi feitiço nem castigo, eu mesma o construí. Achava que me protegeria do mundo.</strong></div>Gabihttp://www.blogger.com/profile/14158038432476930914noreply@blogger.com2